segunda-feira, 7 de janeiro de 2013

Haja luz



O livro de Gênesis relata a criação do céu e da terra. Deus disse: haja luz, e só então ordenou a separação entre a luz e as trevas, entre o dia e a noite, entre o firmamento e as águas. Só então ordenou que a terra produzisse, e ordenou luzeiros no firmamento para o dia e para a noite. Durante seis dias, com imensurável amor e poder Ele, O Grande Artista, criou uma infinitude que a Ciência ainda não conseguiu desvendar uma pequena parte do todo, pois que todos os dias mudanças se fazem e novidades se apresentam.  À medida que foi criando, Deus foi achando muito bom tudo o que fez, mas foi necessário primeiro; lançar luz. Porque no inicio a terra era sem forma e vazia e havia trevas sobre a face do abismo, havia trevas e abismos. Essa reflexão veio me mostrar que quando nos deparamos com o caos em alguma área de nossa vida é porque nesse lugar foi lançado luz. Quando perguntamos: - Por quê? Então Deus, com um sorriso nos mostra que nos deu um presente, lançou luz nos desafiando a criar. Se pudéssemos calar um pouco e escutar, ouviríamos instruções de como se constrói um universo. Um pai ensina o filho a andar, anima-o quando este cai. Ascende a luz de um quarto repleto de peças de brinquedo estimulando-o a criar um prédio, uma cidade, uma estação de trens.  São brinquedos prontos é só armar. É verdade, nosso caos é muito mais complexo, não são peças de play móbil, são materiais para construir projetos e sonhos que só Deus pode nos inspirar. São peças com as quais podemos construir pontes que vão tão longe, quiçá até a eternidade. O pai humano quer ensinar ao filho o que ele sabe. Deus também.
           Um 2013 pleno de entendimento para ouvir, em qualquer situação, a voz do Amor.


Marina,

segunda-feira, 2 de julho de 2012

Aurora

Estudar LIBRAS nunca me havia chamado à atenção, como faz parte do currículo do meu curso, não tive escolha. Envergonho-me por ter me sentido assim. Meu primeiro contato com a matéria foi assistir a uma palestra. A palestrante, Pedagoga e Interprete em LIBRAS, fêz uma pergunta: - quem no auditório tem ou teve contato direto com uma pessoa surda? Alguns alunos responderam. Eu fiquei calada. Eu tive uma irmã surda, foi alguém com quem brinquei na infância, foi alguém que vi sofrer, como eu, a perda prematura dos pais. Se hoje, para alguns, os recursos ainda são inacessíveis, na época foi ainda mais dificil. Minha irmã chamava-se Aurora, e mesmo que dissessem o contrário, eu a achava inteligente e capaz. Quando nasci, ela tinha dez anos. Eu pude crescer e lutar contra os revezes da vida, mas não fiz por ela o que prometi; primeiro por que não podia, e depois porque estava ocupada com minha própria vida. Esperei tempo demais para estender-lhe a mão. Ela faleceu aos 60 anos. Guardo dela o olhar, que às vezes percebia, um olhar que queria falar e que tinha a dizer.

Segundo as informações que tenho recebido, só para dar um exemplo: A surdez pode ser causada por bactérias na vida intra-uterina; a rubéola, ou adquirida; a meningite. O que pressupõe que a pessoa possa ter outros problemas relacionados. Ocorre também que o tardio diagnóstico da surdez retarda o aprendizado da criança que passa a ser isolada em seu mundo, sendo entendida ou mesmo vindo a ter sintomas de problemas mentais. Sabemos que neste mundo, surdos e ouvintes estamos todos sujeitos a problemas diversos. A surdez em si, pode ser uma diferença que, em nada limita a pessoa. Quanta diferença não diagnosticada pode existir no nosso coração, que nos coloca na mira da incompreensão e da comparação injusta. Até que um dia um trecho de um livro, ou um grito na esquina nos identifique dizendo que não estamos sós. Uma diferença, bem direcionada, pode mostrar as riquezas, que se fizeram tesouros pelo tempo em que ficou escondida. Como os desafios que ousamos enfrentar. O retorno do enfrentar desafios, muitas vezes, são frutos preciosos.

Esta cadeira de LIBRAS despertou em mim o desejo, a responsabilidade, de fazer o curso da língua de sinais, por causa da história, da necessidade que a criou. É a historia fascinante de um povo que grita no silêncio, porque nós os ouvintes somos surdos demais. No nosso “altruísmo” queremos que o outro se adeque, com sua diferença, à nossa forma de viver. Mas só quem sabe, a melhor maneira de adequar- se às diferentes situações é o próprio ser. Dizem que a necessidade é a mãe da criatividade, o homem criou tanto para o próprio bem-estar. E cada um de nós luta para criar para si o que necessita; mais espaço, mais direitos. Como querer criar para o outro a forma adequada de comunicação no silêncio? Só sabe buscar dentro de si uma resposta satisfatória, aquele que dela necessita.

O implante coclear em bebês tem sido oferecido como solução, não sei até que ponto este procedimento impõe restrições. Mas pelo que pude entender até aqui, surdos adultos escolhem e pregam a língua de sinais como a forma saudável de se comunicar e, que proporciona, crescer sem limites em qualquer área; seja do conhecimento ou do sonho que possa vir a ter. Basta querer.

A cada dia eu tenho mais certeza de que, depois de Deus, só quem sabe o que é melhor para si, é o próprio ser.


Marina,

sábado, 31 de dezembro de 2011

Em 2012: Perdoar

O ano de 2011 foi uma benção, nesse ano eu muito aprendi. Recebi ensinamentos maravilhosos; através de mensagens, através de conversar, através de exemplos, aprendi com minha filha, aprendi com meu neto; já havia esquecido que a gente aprende muito com as crianças. Esse aprendizado me fez olhar para traz e chorar por não ter tido a sabedoria de viver, devidamente, muitos momentos da minha vida. Compreendi que valorizar as pequenas coisas e vive-las lado a lado com as “grandes” não seria fraqueza mas respeito por mim e pelos que um dia dependeram de mim. Compreendi que a pessoa mais indicada para dirigir a minha vida, é a minha própria consciência. Pois Deus deu a cada um de nós a gerencia da própria vida. Compreendi que as roupas novas, os copos de cristal, não devem ser guardados para amanhã. Compreendi que o pão novo deve ser saboreado enquanto novo, se tiver pão de ontem na geladeira, pode-se fazer torradas amanhã. Esse ano eu aprendi a andar devagar, aprendi a não me desfazer de afetos, seja de que raça for. Aprendi que dizer não, é um direito meu. Aprendi que a minha cabeça sabe e sempre soube pensar, aprendi que Deus dá, a cada um de nós, uma capacidade única para viver e ser feliz, e se até hoje eu tive duvidas sobre isso foi por fragilidade. É sábio aprender com os erros alheios, mas jamais trocar a própria direção por opiniões alheias. Então eu quero erguer-me e pedir:

Senhor em 2012 eu quero ser eu mesma,
Quero dizer o que penso,
Quero não ter medo de chocar,
Quero ocupar o meu espaço.
Quero dizer a verdade ao meu próximo
Quero sorrir com liberdade, e com liberdade chorar.
Como companheira diária quero assumir a dose certa de disciplina
Para manter a saúde, a estrutura, o equilíbrio,
E alcançar o sucesso no que diz respeito a crescer como ser humano.
Acima de tudo eu quero perdoar,
Quero perdoar porque eu preciso de paz,
Porque preciso desentulhar os poços
Para que a realidade flua
Libertando o sistema respiratório da alma.
Quero perdoar mesmo que eu não possa compreender.
A mim compete entregar a Deus tudo
Tudo o que precisa ser curado
E permitir que Ele perdoe por mim,
E me liberte da dor, das magoas, das amarguras, das amarras.
Quero que me seja restituída a capacidade de falar com verdade e clareza.
Eu não quero mais agradar a ninguém com uma subserviência falsa.
Eu quero a benção e a graça de ser eu mesma
E tratar o meu próximo com amor,
Pois o amor não tem medo
Amar não é só calar
Amar é falar tudo
O que o outro
Precisar ouvir.

Para todos nós, Um Ano Novo pleno de Perdão. Se perdoar é perder, com certeza é perder
tudo o que nos impede de ganhar Vida, Saúde, Amor e Paz.



M Jussara

segunda-feira, 19 de dezembro de 2011

O Dom Supremo

O Natal provoca nas pessoas sentimentos profundos, diferentes, antagônicos. Eu por exemplo gosto muito da data e agora me pergunto: Porquê? Vamos ser sinceros, a primeira ideia é a bela noite de confraternização, comida boa, presentes, emoção. Mas sabemos que o verdadeiro significado é o nascimento de Jesus, e eu acredito sim: que Jesus é o presente de Deus ao homem; que Jesus é a porta aberta entre o homem e Deus, que Jesus é vida e é eternidade. Sim, há uma profundidade tremenda a ser analisada sobre o assunto e a partir disso muitos pregam que devemos seguir a tradição, outros que devemos quebra-la, mas qual é o verdadeiro sentimento que impulsiona tais correntes? “Se não for amor será como o bronze que soa ou como o címbalo que retine”.

Jesus sentou-se a mesa com publicanos e pecadores e ofereceu agua da vida à “prostitutas”. Se alguem disse que não devemos: sorrir, ser felizes, e aceitar o próximo como ele é; tenho certeza que essa pessoa não foi Jesus. E digo mais, para amar ao próximo temos que primeiro amar a nós mesmos, olhar sem preconceito para as nossas necessidades e buscar a cura e a satisfação. Pessoas sisudas e infelizes jamais serão bons mestres, jamais olharão o próximo com amor (gostaria muito de ter entendido esta verdade a algumas décadas). Sempre que assisto àquele filme-zinho de instrução, durante voos internacionais, fico pensando; o filme instrui em como agir em casos de emergência; “ao caírem as mascaras de oxigênio se houver uma criança a seu lado coloque a mascara primeiro em você depois na criança”. Parece cruel, mas é obvio, se o adulto estiver bem poderá rapidamente colocar a mascara na criança, se ele passar mal ficara incapaz de faze-lo. Vi muito preconceito por parte de pessoas que não conseguiam amar, porque não se sentiam no direito de amar a si mesmas em nome de religião, de seitas ou doutrinas, dizem que a letra mata? Pois, o preconceito também.

Um condomínio aqui em frente enfeitou todas as arvores do jardim, usaram material reciclável e evitaram o uso de lampadas, mesmo assim ficou lindo. Lindo porque penso nas pessoas que fizeram esse trabalho com dedicação e alegria para desejar felicidades a todos os que passarem por ali. Isto é uma forma de amar. Cada enfeite que vejo nas portas me diz: Seja feliz, é assim que eu leio.

Por isso no Natal eu quero a benção a graça de enfeitar a minha casa, fazer uma comida bem gostosa e desejar a todos FELIZ NATAL.


“E eu passo a mostrar-vos ainda um caminho sobremodo excelente. Ainda que eu fale as línguas dos homens e dos anjos, se não tiver amor, serei como o bronze que soa ou como o címbalo que retine. Ainda que eu tenha o dom de profetizar e conheça todos os mistérios e toda a ciência; ainda que eu tenha tamanha fé, a ponto de transportar montes, se não tiver amor, nada serei”. ICo;13

M Jussara

sexta-feira, 9 de dezembro de 2011

Nova fase na vida


Uma estrada totalmente nova se inicia a sua frente, mas a sinalização adverte: para seguir adiante é preciso recomeçar. Tenho a impressão de que este momento da historia é um momento de mudança não só para mim que entro na aposentadoria. Por exemplo: nós, os novos aposentados fomos atingidos em cheio pelo fator previdenciário, pela mudança de idade para aposentadoria. Esta mudança me pegou bem na hora, talvez por isso também nós, mesmo tendo trabalhado por quarenta anos, nos percebemos tão jovens. Mas isso demora um pouco para se perceber e sentir. Antes de tudo vem o primeiro impacto; o parar de uma maquina que não sabe ficar parada, e então alguns órgãos do corpo começam a perceber que finalmente chegou a sua vez de reclamar, de dizer: estamos aqui precisando de atendimento, mas você não tinha tempo.
Talvez o excesso de peso, talvez o colesterol em desníveis, talvez a incapacidade de concentrar-se em qualquer coisa que não seja: produzir para ganhar dinheiro. E você percebe que ir para a oficina é a única forma de seguir. No inicio parece cruel, a estrada é inóspita, e a você uma pessoa “tão capacitada” só resta sentar ao sol na pracinha da vida a conversar amenidades, e começa a perceber que crianças correm e sorriem, que pessoas passeiam cãezinhos bem cuidados e falam sobre o assunto com seriedade. Alguem lhe aponta o mercadinho do meio da quadra como o que oferece os melhores preços. Uma paz tão almejada que agora lhe causa urticária. Se você decidir seguir talvez caia na oficina, e se concordar em baixar a guarda e prestar a atenção a todos os apelos internos e externos de seu ser vai perceber que a estrada a sua frente é apenas o recomeço de sua vida, e vai perceber que em todos os aspectos ela é nova e ao mesmo tempo lhe da a oportunidade de realizar coisas que lhe pareciam não só esquecidas, mas inalcançáveis. A medida que você aceitar a necessidade de cura, para o corpo e a mente, a cabeça iniciará uma volta de 180°. E o médico lhe prescreve alimentação saudável e exercícios físicos, a mudança pode levar um ano para acontecer, mas o tempo como um bônus extra retrocede, em seu relógio,10 anos em sua aparência. E você retorna aos bancos escolares e descobre como tudo está mudado. E aquele curso com o qual você não ousava sonhar lhe acena afavelmente. E você descobre o significado da palavra polis, e começa a se apaixonar por coisas que nunca ousou entender. Esta é uma estrada nova carinhosamente guardada pelo tempo para ser oferecida a quem quiser conquistá-la. Na verdade é a segunda juventude, para viver o que talvez nunca se tenha vivido. Afinal, se lenda ou verdade, mas só as águias sobem ao monte mais alto para renovar-se, para recomeçar.
“E Ele quem farta de bens a tua velhice, de sorte que a tua mocidade se renova como a da águia” Salmos 103.



M Jussara

terça-feira, 6 de dezembro de 2011

Habitat

O sabor de um alimento
pode variar muitas vezes,
pois depende do palato
de quem saboreia o prato
se é no deserto que vive
o que degusta esse prato
com certeza sentirá
o verdadeiro sabor
talvez não saiba dizer
poderá não transmitir,
mas com certeza terá
o verdadeiro sentir
através do seu palato
que só conhece deserto
que de sensabor entende
compreende os ventos de areia
os mares de solidão
compreende o sentir da alma
o barulho do silencio
o afago de uma palavra
que pode não ser verdade,
mas é que o sabor depende
do palato de quem prova.
Para o farto inconsistência?
Para o faminto, manjar.

 
M Jussara

sexta-feira, 11 de novembro de 2011

Hoje eu soube de você

Hoje faz dois anos que eu soube de você, pois naquele dia pleno escrevi o texto a seguir:
        Hoje eu soube de você, a primeira notícia. Soube que é inicio, mas traz em si o potencial para crescer. Quem olha nada vê, não tem noção de tudo que só Deus vê em você, porque foi Ele quem planejou tudo. E é Ele que tem você nas mãos. Para outros pode ser apenas uma notícia, uma promessa. Mas para mim, você é alguém que eu já quero tanto.
Se eu puder pedir pra Deus, vou pedir por você. Por que eu nada posso, Só posso querer que venhas, que cresças, que sorrias. Quero ver teu rosto e desejar que sejas feliz todos os teus dias, que sejas capaz. Que sejas mais um amado de Deus. Que saibas do meu amor, mesmo distante. Meu amor só pode amar, mas pode pedir por você. Tão escondido hoje em lugar seguro, que este lugar esteja em segurança, esteja guardado nas mãos d’Aquele que é o Tudo. Deus proteja sua vida, proteja o ventre que te carrega. Proteja contra todas as ameaças. Se eu puder pedir, se eu puder gritar pra esse céu, onde todas as estrelas foram feitas pelas Mãos de quem as conhece pelo nome: Eu diria; Deus protege, por favor, essa vida, esses filhos, que são teus. Envolve em lugar tão seguro como só a concha das Tuas Mãos pode ser, onde nenhuma ameaça possa alcançar. É o que eu posso fazer. É o que eu preciso fazer. Porque mesmo tão distantes, eu os sinto tão dentro de mim.
11 de novembro de 2009.

Hoje, 01 de março de 2010. Soube mais um pouco de você. Que é um menino, e se chama Leonardo.

Hoje, 01 de junho de 2010. Organizo-me para viajar. Para conhecer um “pó de mondo” como diz a mamãe Daniela. Mas meu principal motivo é te ver chegar meu amor. Acabo de escrever algo no cartãozinho que levo para ti, e quando um dia leres, tenho certeza que vais saber o que vai no meu coração. É interessante perceber como Deus organizou a descendência, os laços, as famílias. Porque todos precisamos de raízes para crescer, do primeiro aconchego, do primeiro lar, para poder estender os nossos ramos e ser benção aonde pudermos chegar. Por isso é tão importante saber o significado do amor. Jamais banalizá-lo. Uma vez li o seguinte sobre o amor: “Apesar de toda a aridez e desencanto, ele é perene como a relva”.

Como escrevi no cartãozinho: minha oração a Deus para ti. Uma vida plena de paz e liberdade para crescer com saúde e alegria (Lucas1; 14). Para ser você mesmo. Para ser um filho amado do Senhor, em nome de Jesus Cristo.

Seja bem-vindo meu amor. Seja feliz.

Vovó materna,

01/06/10.

M Jussara

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