terça-feira, 11 de outubro de 2011

Meus olhos


Longe dos espelhos de olhos alheios
Vejo do tempo que passou
Não o desgaste
Mas o crescimento
Talvez meus olhos
Já não vejam com nitidez
E meu espelho, porque amigo,
Reflete-me com generosidade

Ainda, em algum lugar de mim
Acendeu-se nova a curiosidade
Pelo desafio, pelo novo
Não me vejo numa reta que chega ao fim
Antes no círculo que completa uma volta
E sugere que outra comece
Para fortalecer a peça que afinal
É uma aliança com a vida
Que a cada volta se recobre de nobreza

Não penso no fim
Mas sinto o impulso do recomeço
(Ainda deverei descobrir o que significa)
Mas na verdade
Consigo ler em olhos iguais aos meus,
Ou até mais vivídos,
Uma luz que brilha mais à medida que avança o tempo
Como criança diante da expectativa
De uma capacidade nova

Porque descobriu dentro de si
Um velho baú
Cheio de inimagináveis riquezas
Que ali foram jogadas
Através da vida
__________
Nem sempre foi assim
Sei o que é velhice
Pois já fui tão velha
Que de tão gasto
Para continuar
É preciso o renovar
Se assim é
Deus é muito bom



“...É Ele quem farta de bens a tua velhice de sorte que a tua mocidade se renova como a
da águia” Salmos, 103;5



M Jussara 

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