segunda-feira, 19 de setembro de 2011

Deus me deu um presente

Esta manhã enquanto fazia minha caminhada pensei em relatar uma experiência que merece ser contada.
Antes de completar quarenta anos havia virado uma sanfona, passei por vários períodos de engorda e emagrece. Aparentava uns dez anos a mais. Agora, segundo pessoas generosas, vinte a menos. Mas o mais relevante de tudo isso foi a forma como aconteceu e o que tem significado toda essa mudança.

Foi em meados de 2009 que a coisa, já difícil, ficou feia. Trinta quilos a mais, dores no corpo, falta de ar, pesadelos. Eu agora estava aposentada. A filha havia ido morar no exterior. Eu vivia um relacionamento prestes a ruir. No dia 17 de setembro de 2009 fui atendida na emergência do hospital de Cardiologia, colesterol nas alturas, auto-estima abaixo do chão. Sentia dores estranhas, tinha a impressão de que balões “meio cheios” passeavam pelo meu corpo causando mal-estar, sentia fincadas no peito. Eu tentava fazer dietas e retrocedia sempre. E então comecei a sentir fincadas violentas no peito sempre que comia. Hoje vejo isto como uma dádiva porque foi a única forma de levar adiante uma disciplina alimentar.


O início da mudança:

Fui obrigada a diminuir a quantidade de alimento em cada refeição para não sentir dor. Gostava de colocar uma linguicinha defumada no feijão, nunca mais comprei. Busquei dicas na internet, assistia ao Globo Repórter sempre que o assunto era Comida saudável. Não consultei nutricionista porque ao longo da vida julgava já conhecer tudo o que precisava em termos de cuidados alimentares. Comecei a me cuidar sozinha, de vez em quando “caia na gandaia” e lá vinha a fincada no peito com mais força, gosto de pensar que de tanto pedir para Deus me ajudar Ele não viu outra saída a não ser colocar um anjo de guarda com uma foice na mão, se eu saísse da linha ele me golpeava. Foi nesse vai-e-vem que fui parar no Hospital de Cardiologia, já havia começado a me cuidar, mas ainda me sentia bem ruim. Depois disso comecei a consultar um Cardio regularmente. Exames trimestrais e orientação: emagrecer bem divagar, comer de tudo em pequenas quantidades, trocar quantidade por qualidade e exercícios físicos.

Seguindo sugestões do Cardiologista, internet, e algum conhecimento já adquirido troquei toda maneira de me alimentar e o estranho é que comecei a comer muito melhor. Também fui alternando musculação, hidroginástica, natação, caminhada. Perdi vinte quilos lentamente, levou quase um ano. Durante esse tempo comecei a me olhar mais e achei meu cabelo muito seco, resolvi cortar bem rente quase careca e branco parecia um monstro, mas eu começava a me sentir bem embora ainda não desse para notar.

O relacionamento com o ex havia terminado. Mas lembro que eu ainda sentia necessidade de ligar para ele, um dia antes de pegar o telefone, fui espiar a internet ver se a filha estava on-line e acabei encontrando um livro em um site: “O que uma mulher inteligente deve saber” só havia uma página disponível, mas foi o suficiente para decidir não ir mais atrás do ex, foi com dor, mas foi o ponto final. Faço questão de contar esse fato para ressaltar a perfeição do milagre.

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Enfim: Descobri, pesquizando aqui ouvindo alí, tanta coisa boa para a gente comer, coisas que são "medicina" para nosso organismo: coisa boa no café da manhã um pratinho com uma noz, uma castanha, uma avelã, uma bananinha etc. E assim vai, meu feijão hoje é só com salsinho e cebola. Um dia senti desejo de comer churrasco, mas um bife foi mais que suficiente. Quero perder mais uns quilinhos, até porque andei ganhando alguns, mas sei que é devagaaaaaaaaar.

Descobri que essa disciplina que me foi imposta, mas graças a Deus me foi imposta, tem me devolvido juventude, saúde e energia.

Descobri que a solidão pode ser uma ótima companheira, a gente se redescobre, a gente aprende a se amar a se perdoar a se respeitar, a gente cresce, a gente encontra o equilíbrio, nem que seja depois de uma avalanche de lágrimas, mas encontra. A gente começa a prestigiar a própria companhia.

Tenho descoberto que há vida depois da aposentadoria, que há juventude, que há um mundo de oportunidades. Há tanto a se descobrir, tanto a aprender. Descobri que enquanto Deus der vida há muito a viver.

M.Jussara

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